Por vezes aparecem pessoas que nos vão envolvendo devagarinho, não sei se consciente ou inconscientemente, mas, como quem não quer a coisa, nos vão cozinhando em banho-maria, uma pitada de sal aqui, uma de pimenta ali, umas ervas ou especiarias acolá, e assim nos vão mantendo, sempre sem levantar fervura, nada explícito, nada concreto, só leves sugestões e ambiguidades, enquanto decidem se sim se sopas. E depois lá decidem e apagam o lume, e uma pessoa fica ali a boiar, mal passada, sem perceber muito bem o que aconteceu, que estava tão sossegadinha no seu canto, para que a foram desassossegar, duvidando de si, da sua lucidez, se terá interpretado mal, se era fantasia, se terá imaginado tudo, se era só coisa da sua cabeça. Depois, claro, é deixar arrefecer, voltar ao normal, temperatura ambiente, pois, sim, amigos como antes, reset, que afinal nem sequer há certezas que justifiquem mais explicações. A incomodar só fica mesmo a puta da dúvida: não era da minha cabeça, pois não?"
Depois de todos já terem comentado, de tantos terem destrinçado, narrado, copiado, examinado ao pormenor estas poucas, mas veementes frases, roubadas à Luna nas suas "Crónicas das Horas Perdidas", chego eu, que tenho andado com este texto a fervilhar na memória... em "Lume brando".
É que é mesmo isto! É que é mesmo assim!
*Coisas que encontro por aí
e guardo para depois pensar sobre isso
1 comentário:
Gostei. Ficou muito legal. Seu blog está muito legal e essas cores ficaram harmoniosas e aconchegantes.
Estou te seguindo. Me segue também?
beijos e fique com Deus
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