29 dezembro 2012

20 coisas que eu quero que o meu filho
saiba até ao Natal até ao final do ano

#13

Há pouco tempo atrás o meu ex-marido e pai do Tiago publicou numa rede social um texto sobre mim, ou para mim. Uma espécie de agradecimento ou de reconhecimento por ter tentado - ou conseguido - ajudá-lo numa dificuldade que passava - ou numa das dificuldades rotativas do dia-a-dia de todos nós. O texto foi muito comentado, "gostado" e aprovado e desde pessoas minhas amigas a pessoas nossas amigas muitos foram os que me falaram daquelas palavras, acrescentando a comoção que lhes tinha causado e como ficavam felizes por as coisas serem como são.
A mim, o texto completamente inesperado, apenas reforçou aquilo que de mais genuíno penso acerca de ser Pai e Mãe de um filho sem se ser um casal. Coisa que só se pode saber depois de o ser.
O Tiago diz, orgulhosamente, que o Pai e a Mãe são amigos e a criança feliz e extrovertida que todos conhecem começa nessa certeza para acabar na forma natural como ele, desde sempre, convive com as idas para casa do Pai e as vindas para casa da Mãe, e vice-versa.
O Tiago com certeza adivinha as conversas de meias-horas que o Pai e a Mãe têm ao telefone, trocando histórias que se passam com ele, rindo das suas "tiradas" engraçadas ou inventando estratégias para lidar com as coisas mais complicadas.
O Tiago sabe que eu sou bem-vinda a qualquer hora a casa do Pai como ele é bem-vindo na minha, até porque ambas são casas dele.

Num dia destes durante o banho matinal o Tiago disse-me: "Mãe, tenho tantas saudades do Pai..." e pouca coisa me fez sentir melhor na vida do que dizer-lhe "Mas hoje é dia de ires para o Pai!" numa entoação animada que acompanhou a forma como ele abriu os olhos e confirmou: "A sério?".

O Tiago aprendeu a ser feliz sem ter o Pai e a Mãe na mesma casa. E nós dois aprendemos a sermos amigos, arrumando o passado onde ele deve estar e reconstruindo-nos enquanto Pai e Mãe de um mesmo filho. Como toda a gente sabe, um filho não faz parte de um casamento, faz sim parte de uma família. E, quando essa família se altera porque um casamento acaba, mudam sentimentos, moradas, estados, rotinas, mas não muda a falta que cada um faz, com a sua personalidade, com os seus trunfos e com as suas fragilidades.

As saudades que o Tiago traz minhas quando chega da casa do Pai são proporcionais às saudades que leva dele quando daqui sai. Tal e qual como a atenção, a admiração e o amor incondicional que recebe dos dois lados, das duas pessoas mais importantes que ele tem no Mundo e que coloca sempre no mesmo degrau, lembrando-nos ele, tão naturalmente, onde está o verdadeiro sentido de ser e viver em família.











Sem comentários: