Sempre me intrigaram expressões como "Ela não o fazia feliz..." ou "Ele não soube fazê-la feliz" ou ainda "Eles não se faziam felizes um ao outro". Aceitar que a nossa felicidade, ou a falta dela, é responsabilidade alheia é um bocado como a relação que sempre estabeleci com Deus. Acreditar em Deus é desresponsabilizarmo-nos do que quer que seja que façamos com as nossas vidas, é assumir que tudo o que vier de mau não é culpa nossa e que tudo o que obtivermos de bom também não é fruto do nosso querer. Tudo é apenas e somente obra de Deus. Pensar assim, ver a vida assim, é conseguir planar numa tranquilidade imensa, principalmente quando Deus é visto como um ser justo e infinitamente bom. Mas, quando para nos mostrar o melhor que há, Deus nos leva nos caminhos mais acidentados, aí começa e acaba a superioridade divina para começar a agir a vontade.
Por outro lado, também nunca foi imediato para mim que o mais importante é estarmos bem connosco, é sentirmo-nos felizes com o que somos de nós para nós, que primeiro vimos nós e depois o outro, seja ele quem for. A minha vida girou sempre à volta de eixos definidos: pessoas, metas, dias, lugares, ideias. Numa lista de coisas a cumprir que não deixava espaços para o percurso entre etapas. Quando falhava um passo, falhava a corrida. Quando escapava um elemento, acabava o grupo. Quando perdia uma batalha, desistia da guerra.
Há muito que debato comigo própria em que ponto vão as minhas relações com Deus. E ainda há mais tempo percebi que procuro sempre os meios errados por muito que os fins sejam os certos.
Há muito que tento reatar com o Deus superior, justo e bondoso, que escreve certo por linhas tortas.
Há muito que escolho demais para acertar cada vez menos.
Mas foi há pouco tempo que percebi que história é essa da felicidade que queremos não vir de ninguém, da felicidade que merecemos não ser obra do outro, nem ser obra de Deus. Ser uma obra nossa. E é essa que ando a começar agora.
Ilustração - Heather Barron
Por outro lado, também nunca foi imediato para mim que o mais importante é estarmos bem connosco, é sentirmo-nos felizes com o que somos de nós para nós, que primeiro vimos nós e depois o outro, seja ele quem for. A minha vida girou sempre à volta de eixos definidos: pessoas, metas, dias, lugares, ideias. Numa lista de coisas a cumprir que não deixava espaços para o percurso entre etapas. Quando falhava um passo, falhava a corrida. Quando escapava um elemento, acabava o grupo. Quando perdia uma batalha, desistia da guerra.
Há muito que debato comigo própria em que ponto vão as minhas relações com Deus. E ainda há mais tempo percebi que procuro sempre os meios errados por muito que os fins sejam os certos.
Há muito que tento reatar com o Deus superior, justo e bondoso, que escreve certo por linhas tortas.
Há muito que escolho demais para acertar cada vez menos.
Mas foi há pouco tempo que percebi que história é essa da felicidade que queremos não vir de ninguém, da felicidade que merecemos não ser obra do outro, nem ser obra de Deus. Ser uma obra nossa. E é essa que ando a começar agora.
Ilustração - Heather Barron
3 comentários:
a proposito da busca da felicidade, este ultimo domingo no el pais veio este artigo que achei muito interessante:
http://www.elpais.com/articulo/portada/soy/feliz/elpepusoceps/20100808elpepspor_9/Tes
beijinhos
rita ramos
o caminho faz-se caminhando... Bom comeco! beijo
olá
Fico feliz por perceber que estás a "criar uma nova história". Penso que já percebeste que nem tudo é negro,vêem aí dias felizes:)
Beijinho
Gena Queirós
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