08 fevereiro 2013

Se eu fosse...

uma declaração de amor

Coisa dos livros, da televisão, do cinema ou das novelas, sempre acreditei em amores para sempre, em histórias completamente avassaladoras, qual seta certeira de um cupido aprumado. Talvez nunca tenha acreditado é que eu, nesta ou noutra vida, tivesse direito a viver uma história assim. Porque amores desses começam em sofrimento para acabarem felizes para sempre. Porque amores assim têm a parte da bruxa com a maçã envenenada ou, então, ao melhor estilo da imaginação da Globo, têm o mundo inteiro, de acasos e consequências, contra o desfecho feliz. E eu nunca me achei assim tão importante, assim tão especial!

Imaginar o futuro, quando pequenos, sonhadores e tão ingénuos, faz-se numa linha reta, perfeitamente definida, sem caminhos alternativos ou entroncamentos sem semáforos. Não há pausas para medos, desvios para dúvidas, marchas-atrás para melhorar o percurso. Não. Há, apenas e simplesmente, uma reta a seguir, a cumprir, e um destino à chegada que isso sim não pensamos qual.

Só que quando começamos a caminhar encontramos estradas que não vimos no mapa, curvas mais apertadas do que esperávamos e encontramos outros que caminham connosco. Então, aprendemos que andar em frente é muitas vezes dar um ou dois passos para o lado e que chegar ao final do percurso não é, simplesmente, seguir a linha reta mas sim percorrer várias estradas, ultrapassar vários obstáculos, perdermo-nos e reencontrarmo-nos, pedirmos ajuda e salvarmo-nos sozinhos, voltar atrás e começar tudo de novo. Até no amor.

Para além das metáforas:
Eu continuo a acreditar em amores para sempre e continuo a achar um desperdício os pobres casais apaixonados que passam 200 e tal episódios de uma novela a sofrerem separados, para depois serem felizes juntos nos escassos 5 minutos da cena final.

Eu continuo a ver que para a ficção, sofrer é condição indispensável para os grandes amores e para as melhores histórias. Mas agora entendo que o que vem facilmente não dura, enquanto o que demora a chegar fica para sempre.

Eu continuo a imaginar percursos para os meus dias, mas agora desenho-lhes lombas e atalhos, desvios e uma ou outra rotunda.

Eu continuo a saber que não sou assim tão importante, que não sou assim tão especial, mas o amor que tenho faz-me ser isso tudo, enquanto me deixa simplesmente ser como sou.


Hoje, 
porque é hoje, amo-te mais do que qualquer outro momento.
Hoje, como em todos os nossos dias,
agradeço-te por me iluminares o olhar
e me fazeres importante e especial,
como sonhei ser, para alguém, desde pequena, desde sempre.
Hoje, porque é mesmo hoje,
declaro-te o quanto és importante e especial, para mim,
o quanto me fazes feliz e completa, segura e mimada, menina e mulher,
o melhor de mim, como nunca, como sempre.




1 comentário:

Anónimo disse...

AMA: com curvas ou contra curvas, com rotundas ou semáforos, com sol ou com chuva...
AMA: hoje, amanhã, sempre, porque ontem é passado...
Beijinhos
Your mother