20 fevereiro 2012

Fichas de Leitura










Autor - Haruki Murakami
Ano de edição - 2011
Leitura em - Janeiro/Fevereiro 2012








Comecei 2012 tal e qual como havia iniciado 2011: com Murakami. Ao terceiro livro que leio do autor japonês, vejo-me inteiramente rendida e ansiosa pelos dois volumes que faltam neste 1Q84.
O livro avisa desde logo, na contracapa, "não se deixe iludir pelas aparências" e é mesmo isso que vamos perscrutando em cada página, em cada capítulo, em cada personagem. Sempre à espera de sermos surpreendidos, de a qualquer momento a realidade ser mais irreal do que a imaginação.
As histórias paralelas que se intervalam entre capítulos, aguardam sempre por cruzamentos ou entroncamentos. E nós, meros espetadores, leitores nervosos ou curiosos, começamos a antever histórias que ainda não chegaram e a lançar hipóteses para o desenlace. Mas ele ainda tarda.




"Mas, se reescrevesse o passado, é óbvio que o presente também mudaria. Aquilo a que chamamos presente resulta de uma acumulação do passado."


"Tudo o que ocorrer a partir de agora é território desconhecido para toda e qualquer pessoa. Não há mapas. Só descobriremos o que nos espera atrás de cada esquina quando a dobrarmos."


"Mas, à sua maneira, os sentimentos puros e genuínos são perigosos. Não é fácil para um ser humano de carne e osso continuar a viver com tais sentimentos. É por isso que se torna necessário prender os teus à terra... com firmeza, como se prendesses uma âncora a um balão."

14 fevereiro 2012

11 fevereiro 2012

Dia a dia da felicidade



Hoje
passei o dia com uma das melhoras amigas da vida, que tenho a sorte de estar dentro da minha, e, invariavelmente, as nossas conversas andam à volta disto: da felicidade.

Digo-lhe repetidamente que nunca somos tão felizes nem tão infelizes como imaginamos e ela desafia os meus limites como eu faço com os dela, num jogo de forças e de entregas mútuas que só fazem sentido quando se é completamente sincero.

Assumo, para ela e para o mundo, o risco ao dizer que nunca fui tão feliz como agora. Nunca, em tempo algum, vivi tão bem comigo mesma. Nunca, em idade nenhuma, me senti tão bem acompanhada por mim própria. E isso contamina tudo:
o tempo em casa, a sós, sem outro som que não o da lenha a consumir-se na lareira;
as rotinas com o Tiago, quando as teimosias dele são os meus motivos de gargalhada e quando os carinhos dele são o princípio e fim de toda a verdade;
os problemas, a forma simplificada como se conseguem reduzir os dramas a oportunidades e como se vê na inércia tempos de pausa para respirar;
as pessoas e a técnica automática de colocar cada uma no seu lugar;
as minhas pessoas e saber que quanto mais me amam mais me libertam;
as ideias, o multiplicar de listas, de afazeres, de planos, de objetivos, de coisas a seguir, de coisas que ainda hão-de vir;
e
o instante antes de adormecer, quando a almofada parece tomar a forma perfeita da minha cabeça, talvez moldando-se aos pensamento dentro dela, numa paz tão grande, como se nada pudesse roubar-me isso.

E não pode mesmo.
Porque acima do que fazer com o tempo que temos,
do que mudar nas rotinas que incomodam,
do que resolver dentro dos problemas que controlamos,
do que selecionar nas pessoas que conhecemos,
do que colocar em primeiro nas listas de assuntos pendentes,
estão esses escassos segundos em que sentimos que vamos adormecer, em que já ouvimos a respiração do nosso sono e sabemos que amanhã ao acordar estará tudo como deixámos dentro da felicidade que escolhermos.

Porque ninguém consegue mudar de sítio o que só nós sabemos onde escondemos.
Feliz Dia Internacional da Felicidade.


Ilustração - Betania Zacarias

08 fevereiro 2012

Conversas com ele

- Então, Tiago quem é que te deu este livrinho?
- Foi uma menina lá da minha sala...
- E a menina não tem nome?
- Ah! É Marta ou Leonor ou coisa assim, não sei... elas são todas iguais.