
24 fevereiro 2009
17 fevereiro 2009
Debaixo deste céu

Provavelmente como tantas adolescentes da minha geração, "O Diário de Anne Frank" foi um dos primeiros livros - daqueles mais a sério, com mais páginas, sem bonecos - que li. Dele guardei sempre uma frase:
"Enquanto houver este céu azul e sem nuvens não posso estar triste".
Depois das semanas contínuas de chuva, abrir a porta de casa e ter, à minha espera, este céu azul e sem nuvens tem-me lembrado da frase e de uma Beguinha tão criança a ler um livro tão duro, de uma Beguinha tão pequena para uma frase tão grande.
Porque um céu azul e sem nuvens é muito mais do que apenas isso, é uma das mil coisas da vida que, de tão simples, quase não se notam, quase não se falam. Quando tudo o que é grande e imenso falha, sobram as coisas pequenas e simples...
...um pão quente com manteiga
uma canção na rádio daquelas que nunca dão
um primeiro episódio de uma coisa nova na tv
uma mousse de chocolate no fim do jantar
uma última página de um livro intenso
um abraço apertado
um telefonema inesperado
uma cama feita de lavado
uma boa conversa
um almoço em família
um banho de imersão
uma vitória no futebol
uma tarde de chuva à lareira
um beijo ao acordar
uma sesta no sofá
um filme com final feliz
uma gargalhada com vontade...
E é então que vemos que essas coisas pequenas são afinal as únicas que importam.
Na verdade, são as maiores de todas.
Ilustração - Macus Romero
05 fevereiro 2009
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