...e, na mesa, calha 5 de um lado e mais 2 do outro. São 7 as frases a escrever, em tom de desafio, vindo de um Sótão de Ideias. Eram 7 coisas sobre mim, tantas quantas as maravilhas do mundo, os dias da semana ou os anões da Branca de Neve! Número igual às notas musicais e às cores do arco-íris! Precisamente a mesma quantidade de pecados mortais e de virtudes humanas.
A começar pelas VIRTUDES:
1 Tenho ESPERANÇA que o meu filho seja no dia de hoje muito mais feliz do que fui, sou ou serei em toda a minha vida.
2 Dizem da minha FORTALEZA coisas que não trago comigo, que procuro na pele ou por dentro das veias e que falha tanto. Mas começo a acreditar que, nestas coisas, o parecê-lo tem muito do sê-lo...
3 Não sei o que é isso da PRUDÊNCIA. Não sei se a tenho, se a consigo entender. Até porque os meus actos mais imprudentes deram-me as melhores razões para querer, pelo menos, aprender a ideia.
4 Sobre o AMOR escreve-se muito, lê-se demais, pensa-se pouco, sente-se sempre. Dele não sei a verdade nem a mentira, não sei se gosto dele sequer, porque é teimoso, porque não sai cá de dentro, porque quando se ouve na voz ou no olhar se mascara. Ele manda em nós e em toda a nossa vida e acaba por ser uma coisa estúpida e complicada desfeita num abraço simples dado por uns braços pequeninos.
5 Se houvesse JUSTIÇA fazíamos os dias diferentes, sempre melhores para nós e para os outros - aqueles que valem mesmo a pena. E isso seria até ser justo para connosco e para cada momento.
6 Parece que a TEMPERANÇA é ser moderado ou ter a capacidade de moderar: eu modero demais. Calo. Guardo. Escondo. Segredo. Sussurro. Engulo. Castigo-me. Aperto. E, no fim de tudo, seco por dentro.
7 Se há coisa que me faz acordar cada manhã é a FÉ de que um dias tudo estará diferente e que esse diferente será melhor.
A começar pelas VIRTUDES:
1 Tenho ESPERANÇA que o meu filho seja no dia de hoje muito mais feliz do que fui, sou ou serei em toda a minha vida.
2 Dizem da minha FORTALEZA coisas que não trago comigo, que procuro na pele ou por dentro das veias e que falha tanto. Mas começo a acreditar que, nestas coisas, o parecê-lo tem muito do sê-lo...
3 Não sei o que é isso da PRUDÊNCIA. Não sei se a tenho, se a consigo entender. Até porque os meus actos mais imprudentes deram-me as melhores razões para querer, pelo menos, aprender a ideia.
4 Sobre o AMOR escreve-se muito, lê-se demais, pensa-se pouco, sente-se sempre. Dele não sei a verdade nem a mentira, não sei se gosto dele sequer, porque é teimoso, porque não sai cá de dentro, porque quando se ouve na voz ou no olhar se mascara. Ele manda em nós e em toda a nossa vida e acaba por ser uma coisa estúpida e complicada desfeita num abraço simples dado por uns braços pequeninos.
5 Se houvesse JUSTIÇA fazíamos os dias diferentes, sempre melhores para nós e para os outros - aqueles que valem mesmo a pena. E isso seria até ser justo para connosco e para cada momento.
6 Parece que a TEMPERANÇA é ser moderado ou ter a capacidade de moderar: eu modero demais. Calo. Guardo. Escondo. Segredo. Sussurro. Engulo. Castigo-me. Aperto. E, no fim de tudo, seco por dentro.
7 Se há coisa que me faz acordar cada manhã é a FÉ de que um dias tudo estará diferente e que esse diferente será melhor.
E a acabar nos PECADOS:
1 A minha VAIDADE começa e acaba na roupa com os tons menos contrastantes possíveis e com a capacidade dos meus cabelos de estarem quase-quase lisos.
2 A AVAREZA era uma das minhas grandes características de criança. Qual Tio Patinhas amealhava todas as moedinhas que encontrava. Crescer também é isto: não encontrar moedinhas para amealhar.
3 Eu sou má. Eu tenho sentimentos maus. Como este da IRA, do desejo de vingança, da cólera, da raiva. Eu sou humana.
4 Se existisse uma palavra que me descrevesse seria esta: PREGUIÇA. Eu adoro a minha preguiça: a sesta com a manta no sofá, as manhãs na cama, o não-fazer-absolutamente-nada. Eu luto contra a minha preguiça: contra as sestas no sofá enquanto o monte de roupa por lavar cresce; contra as manhãs na cama enquanto o Tigy exige papa, brincadeiras e atenção; contra o não-fazer-absolutamente-nada quando o mundo inteiro espera que eu faça alguma coisa.
5 A felicidade tem qualquer coisa a ver com a LUXÚRIA e, se calhar, por causa disso mesmo é que é pecado. Porque até parece que é proibido ser feliz, ou pelo menos tentar, ou pelo menos parecer, ou pelo menos do menos pensar que isso é possível.
6 Eu tenho INVEJA das pessoas felizes.
7 E se há GULA no mundo que ela se dobre e desdobre em dias felizes para mim. Para nós. Mesmo.
Acabo por contar muito mais do que 7, muito mais do que 7X2, mais linhas do que as pensadas ou ponderadas. Talvez acabe por contar coisas a mais, até, sobre mim. E sobre tudo isto.
4 comentários:
Muito bem escrito e revelador de uma beguinha que conheço bem e que quero sempre conhecer melhor. Agora falar tão mal do amor para falar tão bem da luxúria... Não havia nexecidade, até porque ou escondes muito bem ou nada tem haver com o que és.
Um dia comento o post abaixo.
Beijinho
Quem te conhece reconhece-te e (re)descobre-te nestas palavras. Nunca sabemos tudo sobre ninguém e, na verdade, está sempre tudo ali tão à nossa frente. Estes desafios costumam ser aborrecidos de ler, mas este, escrito desta maneira, deu um prazer encantador. beijocas larocas com amizade
Obrigada por teres aceite o desafio. Só realmente uma pessoa como tu que escreve lindamente para responder de forma tão brilhante a um desafio como tantos outros. A tua escrita é, sem sombra de dúvidas, brilhante! Parabéns.
Lindo, como sempre! É sempre uma maravilha voltar ao teu blogue e descobrir estas pérolas. Gosto das canções! Espero que esteja tudo bem contigo. Boa Páscoa e cuidado com as amêndoas, esses deliciosos pecados da gula!
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