10 março 2008

Dados lançados




...e, na mesa, calha 5 de um lado e mais 2 do outro. São 7 as frases a escrever, em tom de desafio, vindo de um Sótão de Ideias. Eram 7 coisas sobre mim, tantas quantas as maravilhas do mundo, os dias da semana ou os anões da Branca de Neve! Número igual às notas musicais e às cores do arco-íris! Precisamente a mesma quantidade de pecados mortais e de virtudes humanas.

A começar pelas VIRTUDES:

1 Tenho ESPERANÇA que o meu filho seja no dia de hoje muito mais feliz do que fui, sou ou serei em toda a minha vida.

2 Dizem da minha FORTALEZA coisas que não trago comigo, que procuro na pele ou por dentro das veias e que falha tanto. Mas começo a acreditar que, nestas coisas, o parecê-lo tem muito do sê-lo...

3 Não sei o que é isso da PRUDÊNCIA. Não sei se a tenho, se a consigo entender. Até porque os meus actos mais imprudentes deram-me as melhores razões para querer, pelo menos, aprender a ideia.

4 Sobre o AMOR escreve-se muito, lê-se demais, pensa-se pouco, sente-se sempre. Dele não sei a verdade nem a mentira, não sei se gosto dele sequer, porque é teimoso, porque não sai cá de dentro, porque quando se ouve na voz ou no olhar se mascara. Ele manda em nós e em toda a nossa vida e acaba por ser uma coisa estúpida e complicada desfeita num abraço simples dado por uns braços pequeninos.

5 Se houvesse JUSTIÇA fazíamos os dias diferentes, sempre melhores para nós e para os outros - aqueles que valem mesmo a pena. E isso seria até ser justo para connosco e para cada momento.

6 Parece que a TEMPERANÇA é ser moderado ou ter a capacidade de moderar: eu modero demais. Calo. Guardo. Escondo. Segredo. Sussurro. Engulo. Castigo-me. Aperto. E, no fim de tudo, seco por dentro.

7 Se há coisa que me faz acordar cada manhã é a FÉ de que um dias tudo estará diferente e que esse diferente será melhor.

E a acabar nos PECADOS:

1 A minha VAIDADE começa e acaba na roupa com os tons menos contrastantes possíveis e com a capacidade dos meus cabelos de estarem quase-quase lisos.

2 A AVAREZA era uma das minhas grandes características de criança. Qual Tio Patinhas amealhava todas as moedinhas que encontrava. Crescer também é isto: não encontrar moedinhas para amealhar.

3 Eu sou má. Eu tenho sentimentos maus. Como este da IRA, do desejo de vingança, da cólera, da raiva. Eu sou humana.

4 Se existisse uma palavra que me descrevesse seria esta: PREGUIÇA. Eu adoro a minha preguiça: a sesta com a manta no sofá, as manhãs na cama, o não-fazer-absolutamente-nada. Eu luto contra a minha preguiça: contra as sestas no sofá enquanto o monte de roupa por lavar cresce; contra as manhãs na cama enquanto o Tigy exige papa, brincadeiras e atenção; contra o não-fazer-absolutamente-nada quando o mundo inteiro espera que eu faça alguma coisa.

5 A felicidade tem qualquer coisa a ver com a LUXÚRIA e, se calhar, por causa disso mesmo é que é pecado. Porque até parece que é proibido ser feliz, ou pelo menos tentar, ou pelo menos parecer, ou pelo menos do menos pensar que isso é possível.

6 Eu tenho INVEJA das pessoas felizes.

7 E se há GULA no mundo que ela se dobre e desdobre em dias felizes para mim. Para nós. Mesmo.


Acabo por contar muito mais do que 7, muito mais do que 7X2, mais linhas do que as pensadas ou ponderadas. Talvez acabe por contar coisas a mais, até, sobre mim. E sobre tudo isto.

05 março 2008

Estas doze palavras

Vindo DAQUI
Indo para


Houve um dia em que tudo mudou.
E mudar parecia a melhor coisa do mundo, porque iria transformar a melhor coisa da minha vida, dentro da melhor coisa que eramos nós.
Tempos depois, houve outro dia em que tudo voltou a mudar.
E esse mudar era a pior coisa do mundo, porque iria roubar a melhor coisa da minha vida, arrancada da melhor coisa que eramos nós.
E hoje houve outro dia em que juntei doze palavras todas seguidas, que soltas e desordenadas até parece que não querem dizer nada... mas ditas, só para ti, em doze linhas ou nas que forem precisas, escritas, quem sabe, em doze minutos ou pouco mais, querem dizer tudo.

Este tudo, que muda, que junta a nossa vida, que dá sentido ao nós, que dita a rotação do nosso mundo, que é um nada que um dia é o pior e logo no outro o melhor de sempre.